sábado, 4 de julho de 2009

Cachorro, safado, sem vergonha...


Ontem estive na audiência pública da Assembleia Legislativa de Rondônia, realizada em Vilhena, que teve a finalidade de debater o novo Código Florestal Brasileiro. A matéria sobre o evento - que cá pra nós parecia mais comício - está no site www.folhadosulonline.com.br (é só ir no tópico NOTÍCIA).
O ministro do meio ambiente, Carlos Minc, apanhou o tempo todo por sua suposta intransigência no trato com o pessoal do agronegócio atuante na Amazônia, a quem ele se referiu como "vigaristas".
Ontem, o senador Valdir Raupp (PMDB) disse que ele - o ministro - é um louco. Citando o livro (acreditem: Raupp lê) "Elogio da Loucura", de Erasmo de Rotterdam, o senador disse que Minc é "pouco sábio" e "guiado pelas suas paixões doentias".
Mas, o mais eloquente foi o deputado PETISTA Ribamar Araújo, de Porto Velho, que fez questão de afirmar que - embora petista - gosta da verdade e da justiça. Para ele, Carlos Minc não passa de um MACONHEIRO, VAGABUNDO, etc etc etc... Me fez lembrar aquela música: "cachorro, safado, sem vergonha..."
Uai, mas se foi indecoroso o ministro ter chamado os "coitados" de vigaristas, dar o troco no mesmo nível seria o quê? Lembrando: Minc está sendo processado por crime de responsabilidade pela CNA (Confederação Nacional da Agrcultura), presidida pela senadora Kátia Abreu (DEM/Tocantins).
E por aí foi a audiência pública que propalou que reuniria os agricultores para deles colher subsídios para um futuro enfrentamento em Brasília contra as propotas do Código Florestal em trâmite que, no dizer da aristocracia fundiária, "vai acabar com a economia da Amazônia". Ou, como no dizer do deputado Ezequiel Neiva (PPS), condenar o povo da Amazônia a "catar coquinho" e "cipó", já que o ministro é afeito à ideia de um desenvolvimento autosustentável - coisa abominada e, talvez, mal interpretada pelos ruralistas.
EM TEMPO - Achei estranho o presidente da Assembleia, Neodi Carlos Oliveira (PSDC), madeireiro lá das bandas do Machadinho, uma das regiões mais degradadas da região, comandar a sessão usando chapéu de caubói. Aí fica difícil querer ridiculizar o Carlos Minc por contas de suas roupas, pelas quais ele já foi chamado de "palhaço" por amigo de Neodi, o senador quase cassado Expedito Júnior (PR).

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