sábado, 23 de maio de 2009

Multas triplicariam se não faltassem PRFs na Amazônia

Montezuma Cruz/Brasília - O cochilo dos ministérios do Planejamento e da Justiça está sangrando os cofres públicos e permitindo, na Amazônia Legal, crimes de contrabando, tráfico, pedofilia, biopirataria e outros. Mais de 400 excedentes aprovados no concurso para a Polícia Rodoviária Federal (PRF) correm o risco de ganhar, mas não levar, se o governo federal decidir fechar os olhos ao concurso público de 2008 e abrir outro, conforme admitem fontes desses ministérios.
Apoiada pela PRF e pelo Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), a Polícia Civil anunciou esta semana ter arrecadado mais de R$ 11 milhões em multas aplicadas e lavrado 81 autos de infração a sete madeireiras clandestinas lacradas em regiões da Amazônia. Foram presas 96 pessoas. Os cerca de trezentos policiais que atuaram na operação apreenderam 37 armas de fogo, 40 moto-serras e 142 veículos.
No entanto, conforme avaliação de agentes rodoviários, além do combate ao desmatamento, a operação arrecadaria pelo menos o triplo disso, se contasse com o preenchimento de vagas para áreas estratégicas de fiscalização. Muita madeira entra nas rodovias abandonadas e chega às cidades.
As deputadas Perpétua Almeida (PCdoB-AC) e Alice Portugal (PCdoB-BA) procuraram o Ministério da Justiça para pedir o apressamento da decisão do governo. Também discursaram em plenário. O deputado Fernando Melo (PT-AC), ex-secretário de Segurança em seu Estado, enviou ofício ao ministro do Orçamento, Planejamento e Gestão, Paulo Bernardo, demonstrando preocupação com o vazio na fiscalização das rodovias federais. Também se manifestaram pelos excedentes os deputados Gonzaga Patriota (PSB-PE), Guilherme Campos (DEM-SP), Major Fábio (DEM-PB), Edinho Bez de Oliveira (PMDB-SC), José Geraldo Torres da Silva (PT-PA) e Paes de Lira (PTC-SP).
A Agência Amazônia apurou que a ressonância foi mínima. Nenhuma resposta convincente foi dada para justificar o adiamento das contratações. “As vagas existem, e nós viajamos por duas grandes rodovias para constatar a vulnerabilidade a todo tipo de crime”, lembra Clóvis Vaz, um dos coordenadores dos excedentes da PRF. Um grupo de excedentes percorreu mais de 2,2 mil quilômetros de estradas nos estados do Tocantins, Mato Grosso e Pará, fotografou e fez um vídeo que revela a situação de abandono. “Esperamos que haja bom senso”, acrescentou Vaz.

Confira a matéria completa em:
http://www.agenciaamazonia.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=3560&Itemid=529

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