quinta-feira, 7 de maio de 2009

PERFIL: O MESTRE CERVEJEIRO


O mestre cervejeiro Hermes Balcon, 49 anos, é uma figura notável em Vilhena, onde reside há 25 anos. Nascido em Curitiba (PR), é neto de imigrantes alemães e ainda hoje mantém fortes laços com suas origens. “Vou a Alemanha anualmente participar da Drinktec, a maior feira do setor cervejeiro do Planeta”, conta.

Hermes foi o entrevistado de hoje do jornal “Primeira Hora”, da Rádio Meridional FM. Falou sobre a cervejaria Haus Bier, que ele criou há 12 anos, em Vilhena, e que hoje tem seis fábricas (em Manaus-AM, Porto Velho-RO, Cuiabá-MT, Rio Branco-AC, Vargem Grande-MT e Sorriso-MS), que distribuem para o varejo em dezenas de cidades. “Nós não transportamos a cerveja para longe, porque nossos produtos não contêm conservantes. O nosso ideal é fabricar e vender de acordo com a demanda da região onde estão nossas indústrias”.

Autodidata, Hermes se tornou um mestre. Hoje mantém um laboratório de formação de cervejeiros para as franquias. “Eu fazia cerveja em casa, para o meu consumo. Era uma tradição de família. Aí, incentivado pelos amigos, abri a fábrica”, relata. Na época, ele havia importado as máquinas industriais e, não satisfeito com a qualidade dos equipamentos, resolveu desmontar tudo e fabricá-los novamente. Depois disso, ele mesmo começou a fabricar todas as máquinas para as cervejarias que ele mantém.

“Teimoso” por natureza, Hermes desconversa, brincando, sobre esta sua “fama”. “Eu não sou teimoso. Teimoso é quem teima comigo”, diz. É exatamente este traço de sua biografia que o impeliu a industrializar uma cerveja de qualidade, “e para quem gosta de gastronomia”. No começo, todo mundo apostava que o empreendimento não ia dar certo.

“Como se diz na Alemanha, a cerveja é o pão líquido. Não se pode fazê-lo de qualquer jeito”. O diferencial da marca Haus Bier em relação às famosas que se encontram no mercado está no fato de “a cerveja do Seu Hermes” não incluir conservantes. “Ao contrário do vinho e do uísque, que quanto mais velhos, melhor, a cerveja boa é aquela que acabou de ser fabricada”, assegura.

***

UM CARRO “AD AETERNUM”

O mestre cervejeiro e fabricante de máquinas para cervejarias, é considerado, por muitos, “um gênio”. Estudou relativamente pouco – cursou apenas o ensino médio – e é capaz de desenvolver diversas técnicas em suas atividades. Foi o exemplo do fabrico das máquinas da cervejaria.

Mas, o mais curioso “invento” do nosso Professor Pardal é um carro que ele levou um ano e meio para fabricar e que ficou pronto em 2008. Todo em inox, com tecnologia de ponta, parecida a dos carros de Fórmula 1, podendo fazer até 200 km por hora, o design do veículo batizado de “Ad Aeternum” (significa, em latim, “Para todo o sempre”) reproduz a de um “Fordinho 29”.

“Eu gosto de carros antigos e estava procurando um Fordinho, mas não achava nenhum à altura do meu sonho, que funcionasse bem. Então resolvi fabricar meu próprio carro. Aliás, este foi o primeiro e único carro fabricado no estado de Rondônia e tem o chassi 0001”, diz, com a nítida altivez.

O “carrinho” está avaliado em R$ 250 mil. Mas, Hermes avisa: “Não o vendo de jeito nenhum”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário