segunda-feira, 11 de maio de 2009

OBSERVATÓRIO SOCIAL: A CÂMARA DOS LORDS DE VILHENA


Na semana passada, foi criado o Observatório Social de Vilhena, com a presença de 44 personalidades (a maioria, empresários). A instalação da entidade, bem como a eleição da primeira diretoria, ocorreu no mesmo dia, sem mais delongas.

O presidente da ACIV (Associação Comercial e Industrial de Vilhena), Vilmar Saúgo, que teve a iniciativa de criar a ONG, foi enfático ao dizer que NINGUÉM que estivesse filiado a partido político deveria se candidatar aos cargos disponíveis na entidade.

Mas o estatuto não foi seguido à risca. Nesta segunda-feira, 11, constatei in loco que o presidente da ONG continua, sim, filiado a um partido político. Ele faz parte do PR (Partido da República), mesma legenda do senador cassado Expedito Junior (honestíssimo, por sinal!).

Segundo os críticos de plantão, ao dizer que haveria impedimento das pessoas que estivessem filiadas a partidos de fazerem parte do Observatório, o que se desejou foi não ter na diretoria gente como o ex-vereador Mauro Bil ou o médico Newton Pandolpho, presentes no ato de fundação da ONG. Querem "observar", sim. Mas de leve! Não querem pessoas “inconvenientes”, com posições mais firmes, contundentes e críticas em relação à administração pública.

"Não queremos um caça às bruxas e nem a imprensa divulgando nossos atos. Queremos chamar quem estiver errando e tentar ajustá-lo", informou Vilmar.

TODOS os membros da diretoria do Observatório foram eleitores do atual prefeito de Vilhena, Zé Rover (PP), no ano passado. Ou seja, o Observatório tem todas as características de entidade "pelega". É, em verdade, uma câmara dos lords que acaba de se instalar na cidade, sob a égide do presidente Jaime Bagatolli (que faz questão de dizer que está entre os quatro mais ricos das cercanias, sendo um representante magno do agronegócio e dos lords locais).

O envolvimento da sociedade civil organizada na vida política é algo salutar para evoluirmos da "democracia representativa" para a "democracia participativa". O que se questiona é o caráter oficialesco e excludente desta entidade.

O critério de não se ter entre os membros pessoas filiadas a partidos é ridículo. O pluripartidarismo é conquista da democracia e o convívio entre pessoas de diferentes ideologias e bandeiras deveria ser o objetivo de uma entidade que se propõe proba, plural, representativa da sociedade como um todo.

Mas, mantido este critério, que seja o Observatório COERENTE, VERDADEIRO e HONESTO. Bagatolli não poderia ter sido eleito presidente. A menos que se valham do "jeitinho brasileiro", em que a exceção é a regra quando se está lidando com um lord.

EM TEMPO - Vilhena precisa, SIM, de uma ONG que fiscalize as atividades política e administração direta e indireta do município. Que venham as pessoas do povo, que seja formada por quem sente na pele as mazelas e a cafestagem de quem governa. Que não sejam fornecedores da Prefeitura e amigos do rei. Que não sejam lords, que sejam POVO.

Um comentário:

  1. JÚLIO TU É DEMAIS, TU FALA PORQUE SABE MAIS QUE OUTROS, VIVE O POVO, TUA GENTE, QUEM TEM OLHOS VEJAM E QUEM TEM OUVIDOS OUÇA, OP.

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